Banco Central divulga nova taxa de juros: Vamos começar do começo, o que é a Taxa Selic?
A Selic, ou Taxa Selic, é a taxa básica de juros da economia. A cada 45 dias, a Taxa Selic vira notícia em todo o Brasil – seja por ter aumentado, diminuído ou se estável estável após a reunião do Copom , o Comitê de Política Monetária do Banco Central.
Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Basicamente, ela influencia todas as taxas de juros do Brasil, como cobradas em empréstimos , financiamentos e até de retorno em aplicações financeiras.
Mas porque o nome “Selic”?
O nome da taxa Selic vem da sigla do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, um programa totalmente virtual em que os títulos do Tesouro Nacional são comprados e vendidos diariamente por instituições financeiras.
Além do Banco Central, apenas as instituições têm permissão para alterar os títulos nesse ambiente. Ou seja, pessoas comuns não têm acesso. Já a Taxa Selic está ligada aos títulos dos títulos públicos que o governo oferece neste sistema.
E quem decide o valor dessa taxa?
É o Copom, Comitê de Política Monetária do Banco Central. Eles se reúnem a cada 45 dias para definir os aumentos da Taxa Selic, para que possa ou se manter estável.
As mudanças na Taxa Selic acontecem pois a economia não é estável – e, por isso, é preciso adequá-la ao cenário para que exista um equilíbrio e garantir que o dinheiro continue circulando.
Banco Central divulga nova taxa de Juros
Passados quase seis anos, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu no dia 17 de abril de 2021 elevar a taxa básica de juros da economia (Selic) em 0,75 ponto porcentual, para 2,75% ao ano. Este é o primeiro aumento nas taxas de juros desde julho de 2015, quando a mesma aumentou de 13,75% para 14,25% ao ano.
O Banco Central também ressalta a possibilidade de que a próxima reunião, um ser realizado na segunda quinzena do mês de abril, aumente ainda mais a mesma taxa. Se essa projeção se concretizar, a taxa básica de juros da economia saltará para 3,50% ao ano, maior patamar desde maio do ano passado (3,75%).
Desde agosto do ano passado, como taxas de juros estavam no menor nível da história (2% ao ano), mas ainda há preocupações com o impacto da pandemia covid-19 no Brasil e no mundo. Até o anúncio do reajuste no dia 17 de Março, foram realizadas quatro reuniões do Copom, mas não anteriores ocorrido alterações da Selic até então.
O Banco Central estima que os indicadores divulgados recentemente – especialmente o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2020 – apontam para uma recuperação econômica “consistente”, mas ainda não representam os efeitos da explosão no número de casos e mortes causadas pela covid -19 com os sistemas de saúde em todo o país entrando em colapso.
“Essas leituras, entretanto, ainda não contemplam os possíveis do efeito recente aumento no número de casos de covid-19. Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o primeiro e segundo trimestres deste ano” , explica o Copom.
Os analistas dizem que esta decisão já era atribuída desde a última reunião, quando o Banco Central fez uma mudança importante no comunicado que costuma divulgar após os encontros, excluindo um termo técnico chamado “encaminhar orientação”. Na prática, o Copom parece ter retirado a promessa de não elevar os juros e, se as condições permitirem justificar o movimento, abre uma possibilidade de ajuste – de fato, isso aconteceu.
Juros X Inflação
O BC usa os juros como ferramenta para controlar a economia ou estimular a economia. Normalmente, quando a taxa de juros está alta, o BC aumenta como taxas de juros para reduzir o consumo e forçar a queda dos preços. Quando a informação está baixa, o banco central reduz as taxas de juros para estimular o consumo.
A meta para 2021 é manter a taxa de informação em 3,75%, mas com tolerância de 1,5 ponto percentual, ou seja, pode variar entre 2,25% e 5,25%. No ano passado, a atingiu 4,52%, o maior nível desde 2016 (6,29%) e acima do centro da meta do governo para 2020 (4%).
O último índice divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para fevereiro deste ano foi de 0,86%, a maior alta em um mês desde 2016 (0,9%). Nos últimos 12 meses, uma acumulada de 5,2%.
Os principais impactos vêm dos aumentos nos preços de combustíveis (11,23%) e do gás de botijão (4,98%). Já a inflação do grupo alimentação e bebidas, que influenciou a alta do índice nos últimos meses, vem desacelerando e está em 0,13%. Os preços continuam em alta, mas sobem menos a cada mês. As variações anteriores foram de 1,74% em dezembro, 1,02% em janeiro e 0,27% em fevereiro.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia.
Quando o Copom reduz a Selic, uma tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, capaz de controlar o fluxo de energia e estimular a atividade econômica. Além da taxa Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Esse conteúdo foi desenvolvido com base em artigos do Banco Central, Nubank, Uol Economia e Jornal A Tarde. Se você já possui um financiamento e acredita que está pagando juros abusivos fale com um de nossos especialistas.